segunda-feira, 10 de outubro de 2011

NOITE ESCURA DA ALMA



Hoje o manto negro da noite pousou em meu coração.

A tarde se foi e a escuridão se aproximou de mansinho.

Ela é paciente e não tem pressa,  quando menos espera ela se apresenta.

Então precisei de ti e não te encontrei nessa hora escura.

Precisei de ouvidos para me ouvir e tive que me servir dos meus.

Quis um colo e me contentei com as minhas próprias mãos acariciando uma a outra, num ritmo frenético, tenso e frio.

Precisei dos seus olhos e apenas o que vi foram minhas lágrimas rolando em minha face.

Como nessa noite implorei a tua voz e tive o mais cruel silêncio.

Esperei por anjo amigo, mas veio a mais negra escuridão.

Então minha sombra interna encontrou-se no vazio,  e a vida perdeu o sentido.

Não houve negociação, não houve acordo, agora era hora da escuridão.

Sentimentos, pensamentos, reflexões me arrastaram para seu abismo.

Agora em seu mundo fui conduzido a seu modo.

Me percebi cego, surdo, mudo e coxo da alma.

Antes que tudo se fechasse numa escuridão fria e solitária no espírito.

Algumas palavras ainda suspiravam a esperança pela vida.

Por que?    Por que?  

Mostra-me o que queres? Mostra-me onde erro?

Então o coração respirou uma gota de luz da piedade infinita.

Não vi teu rosto,  mas te senti,  sei que existe e te encontrarei.

Outras noites  escuras existirão, mas agora já fomos apresentados.

                                                              (Ricardo Ribeiro)

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